Cafés Brasileiros
Atualmente, o Brasil é o maior produtor mundial de café, sendo responsável por 30% do mercado internacional, volume equivalente à soma da produção dos outros seis maiores países produtores. É também o segundo mercado consumidor, atrás somente dos Estados Unidos.
As áreas cafeeiras estão concentradas no centro-sul do país, onde se destacam quatro estados produtores: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. A região Nordeste também tem plantações na Bahia, e da região Norte pode-se destacar Rondônia.
A produção de café arábica se concentra em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e parte do Espírito Santo, enquanto o café robusta é plantado, principalmente, no Espírito Santo e Rondônia.
As principais regiões produtoras no Estado de São Paulo são a Mogiana, Alta Paulista e Região de Pirajú.
Uma das mais tradicionais regiões produtoras de café, a Mogiana está localizada ao norte do estado, com cafezais a uma altitude que varia entre 900 e 1.000 metros. A temperatura média anual é bastante amena (20 °C). A região produz somente café da espécie arábica, sendo que as variedades mais cultivadas são o Catuaí e o Mundo Novo. A bebida produzida nesta região é bastante encorpada, com aroma frutado e sabor suave e adocicado. Os cafés da Mogiana são marcados também pelo equilíbrio entre doçura e acidez.
Localizada na região oeste do estado, a Alta Paulista tem uma altitude média de 600 metros. A região é produtora de café arábica, sendo que a variedade mais cultivada é a Mundo Novo. A região de Pirajú, a uma altitude média de 700 metros, produz café arábica, com cerca de 75% sendo da variedade Catuaí, 15% da variedade Mundo Novo e 10% de novas variedades, como Obatã, Icatu, entre outras.
Em Minas Gerais, as principais regiões produtoras são: Cerrado Mineiro, Sul de Minas, Matas de Minas e Jequitinhonha.
A altitude média do Cerrado Mineiro é de 800 metros e dentre o café arábica cultivado, a predominância é de plantas das variedades Mundo Novo e Catuaí. O café tem aroma achocolatado, de médio corpo e acidez normal.
O Sul de Minas é a região que mais produz café no Brasil e também produz apenas café arábica. O relevo montanhoso é ideal para produção de café, a altitude de 950 a 1.300 metros - e a temperatura média anual varia entre 22 e 24°C. As variedades mais cultivadas são o Catuaí e o Mundo Novo, mas também há lavouras das variedades Icatu, Obatã e Catuaí Rubi. Os cafés produzidos nesta região são marcados pelo aroma frutado e acidez notável. Trata-se de um café medianamente encorpado e adstringente, que proporciona um aftertaste prolongado após sua degustação.
A região das Matas de Minas e Jequitinhonha está a uma altitude média de 650 metros e possui lavouras de arábica das variedades Catuaí (80%), Mundo Novo, entre outras.
O Paraná chegou a ter 1,8 milhão de hectares dedicados ao cultivo de café. Hoje esse número é de apenas 156 mil hectares, mas o café ainda está presente em aproximadamente 210 municípios do estado e é responsável por 3,2% da renda agrícola paranaense.
O café é cultivado nas regiões do Norte Pioneiro, Norte, Noroeste e Oeste do Estado. As áreas de cultivo são muito extensas, o que justifica a grande variação de altitudes. A altitude média é de aproximadamente 650 metros, sendo que na região do Arenito, próximo ao rio Paraná, a altitude é de 350 metros e na região de Apucarana chega a 900 metros. No Estado é cultivada a espécie arábica e as variedades predominantes são Mundo Novo e Catuaí. Os cafés produzidos no norte do Paraná proporcionam uma bebida extremamente encorpada, com um amargo acentuado, aroma caramelizado e acidez normal.
A cafeicultura na Bahia surgiu a partir da década de 1970 e teve uma grande influência no desenvolvimento econômico de alguns municípios. Há, atualmente, três regiões produtoras consolidadas: a do Planalto, mais tradicional produtora de café arábica, a Região Oeste, também produtora de café arábica, sendo uma região de cerrado com irrigação e a Litorânea, com plantios predominantes do café robusta (variedade Conillon).
A Bahia produziu 2,28 milhões de sacas de café de 60 kg em 2014 (Conab/set./2014), o que torna o Estado o quarto produtor nacional de café, atrás de Minas Gerais (22,62 milhões de sacas), Espírito Santo (12,85 milhões de sacas) e São Paulo (4,47 milhões de sacas). E não é só volume de produção que tem dado destaque à cafeicultura baiana. Nos últimos anos, o estado se tornou um dos grandes produtores de cafés de qualidade, o que tem permitido vencer vários concursos de cafés ¬¬especiais, como foi o caso recente do 15º Cup of Excellence – Early Harvest Brasil 2014, promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais – BSCA, onde os produtores baianos conquistaram as cinco primeiras colocações.
Na Região Oeste, um número expressivo de empresas que utilizam alta tecnologia para café irrigado vem se instalando, contribuindo, assim, para a expansão da produção em áreas não tradicionais de cultivo. No parque cafeeiro estadual predomina a produção de café arábica com 76% da produção (com 95% sendo da variedade Catuaí) contra 24% de café robusta. Os grãos proporcionam uma bebida similar à preparada com os cafés produzidos no Cerrado Mineiro, com sabor muito suave, levemente achocolatado, sem corpo e com notável acidez.
No Espírito Santo, os principais municípios produtores são Linhares, São Mateus, Nova Venecia, São Gabriel da Palha, Vila Valério e Águia Branca. O café foi o produto responsável pelo desenvolvimento de um grande número de cidades no Estado. São cultivadas no estado as espécies arábica e robusta (Conillon), tendo sido marcante a produção desta última, que se expandiu principalmente nas regiões baixas, de temperaturas elevadas.
Atualmente as lavouras de robusta ocupam mais de 73% do parque cafeeiro estadual e respondem por 64,8% da produção brasileira da variedade. O Estado coloca o Brasil como segundo maior produtor mundial de Conillon. Os grãos produzidos nos morros capixabas proporcionam aroma levemente caramelizado e sabor pouco adstringente. O café é pouco encorpado e tem acidez regular.
No Estado de Rondônia a produção de café está concentrada nas cidades de Vilhena, Cafelândia, Cacoal, Rolim de Moura e Ji-Paraná. No cenário nacional, Rondônia representa o sexto maior estado produtor e o segundo maior estado produtor de café Robusta, com uma área de 165 mil hectares e uma produção de 2,1 milhões de sacas, constituídas exclusivamente pelo café robusta (variedade Conillon).